Um grupo de pesquisadores pede uma mudança radical das abordagens terapêuticas da aids, com o objetivo de tratar as pessoas com drogas antirretrovirais logo após o diagnóstico da infecção pelo HIV.
“Um tratamento antirretroviral imediato oferece mais do que o dobro das possibilidades de que uma pessoa se mantenha viva e com boa saúde”, segundo um texto assinado pelos cientistas na abertura da 8ª Conferência sobre HIV, Patogênese, Tratamento e Prevenção (IAS – 2015), que ocorre at a próxima quarta-feira em Vancouver.
Os pesquisadores ressaltaram que as novas pesquisas, que serão apresentadas durante a conferência, mostram que um tratamento administrado desde o inÃcio do diagnóstico permite prevenir a transmissão do vÃrus da aids para um parceiro sexual, enquanto outros estudos provam que uma terapia preventiva “pode proteger de maneira eficaz as pessoas com risco de infecção por uma prática profilática”.
“Vancouver vai fazer história novamente”, declarou o co-presidente da conferência, Julio Montaner, em alusão à edição de 1996 do mesmo encontro, que marcou uma etapa importante na luta contra a aids. Foi então, há quase 20 anos, que a pesquisa havia revelado os resultados positivos de uma terapia combinada de três antirretrovirais.
A partir de então, de uma morte quase garantida se passou à possibilidade de levar uma vida normal sendo portador do HIV.
Um amplo estudo clÃnico de escala internacional evidenciou, no final de maio, a importância de um tratamento rápido a partir da detecção do vÃrus. O estudo Start (Strategic Timing of Antiretroviral Treatment) mostrou que os pacientes tratados imediatamente tinham 53% menos risco de morrer ou desenvolver doenças relacionadas à infecção.